terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Sr. Pingo


Quando várias nuvens ficam tristes ou felizes demais elas se apertam e derramam toda água do seu algodão. De uma nuvem dessa, bem gordinha e tristonha, ele cai todo colorido e transparente, cor de água da chuva. Ou melhor, eles caem. "Eles" sim, pois do singular, ele prefere estar em conjunto, mas não renega ser único ("singular", igual quando escrevemos uma cartinha pra mãe da gente quando somos pequenos) O pingo... um singular no meio de um punhado de plurais.

Ninguém gosta do pingo de chuva, do fio do pingo... ops! Do pingo do fio que cai gelado na cabeça da gente. E se o pingo fosse gente, quem seria o pingo? A gente? Acho que assim, como um pingo de gente, gostaríamos de fazer um banho de chuva.

E quando a chuva vai embora, o pingo fica aqui embaixo só pra ser pingo. Pingo de chuveiro, pingo do telhado, pingo de chororô, pingo de mangueira; Um pingo que vez por outra mal lavado, vira um pingo de sujeira ou pingo do xixi; Pingo de alfabeto, puro pingo do i.

Pegue um pingo de chuva e veja como o fio desse pingo brilha que nem um pingo no fio.



Um atrativo grátis!

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Encontro Duro

O texto é uma merda.

Olhos brilhantes e fixados, de baixo pra cima segue um calafrio, que subindo lentamente, torna-se suave. É como se ela não existisse, mas estivesse ali com ele.

As mãos inquietam-se e só basta um toque para seu organismo sair da homeostase, desequilibrar seus batimentos e ele ver-se estupidamente recheado de alegrias... mas não por muito tempo, pois o toque parou e a agonia incessante voltara.

O suor lambia sua testa e a fuga para tudo dar certo exaltava sua dificuldade.

Ele concentra-se, não quer perdê-la em nenhum momento.

Tenta algo, mas novamente sem sucesso.

Ele fecha os olhos e começa tudo outra vez.

Ela fica tímida

As mãos voltam a ficar com frio, ele só pensa em uma coisa, sua cabeça está focada demais para outros assuntos.

Ele vai tentando e ela vai perdendo a vergonha. Um movimento contínuo vai saciando a sua vontade cada vez mais, e mais, e mais, e mais... até que UAL! FOI! Estava feito.

As bochechas ficaram rosadas e o rosto encheu-se de sorrisos vermelhos. Finalmente ela saiu... finalmente ela saiu e ele venceu a luta contra a prisão de ventre!

Eu avisei que era uma merda... literalmente. hehe :D



E um atrativo grátis. Assistam é bom! Se inscrevam, tem mais. (:

domingo, 26 de dezembro de 2010

Por Cores


O brilho do acinzentado mostarda banha uma aquarela

O frescor transparente esbanja sua rapidez e brinca com as leves trímeras cor de oliva que caem numa imensidão amarelo queimado, levadas por passadas de um corpo estranho a um árduo cinza petróleo que é caminho para as apressadas ferramentas que giram num par significativo e cores cansadas

Numa fração de tic-tac o céu vira um branco borrifado de azul-cinzas e pequenas pinceladas de chuva vão se formando
De cima, vários círculos coloridos recobrem o chão e as gotas vão caindo num conjunto brilhante
Os pés ficam mais rápidos e o chão vira o espelho do céu

Ela abre e fecha os olhos esperando a mudança de uma paisagem
Onde um conto qualquer dizia que as cores nasciam de lágrimas
De um prisma cristalino vagamente ensinado em colegiais

Um marrom-beje esbranquiçado de raça vira-lata parou, sentou, latiu
O céu tinha ficado azul... com preto.



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segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Um por Quatro - assistam!





Assistam, assistam, assistam é bom.
Inscrevam-se, inscrevam-se, inscrevam-se tem mais!

domingo, 19 de dezembro de 2010

O amor do minuto


O minuto depende do segundo e o segundo só permite que sessenta segundos façam o amor do minuto. Este, tem seu tempo pra amar, mas queria mesmo era um infinito de segundos pra gritar a todos os ponteiros sua liberdade... mas não tem acordo!

O amor do minuto é engraçado. É quase como o amor do segundo, à primeira vista e quase como o amor da hora, leva um tempo pra se conquistar. Mas não deixa de ser amor e um amor bem vivo por sinal. O minuto gosta dessa ilusão de amar, mesmo que muitas vezes protelada, na maioria delas é bem mais aproveitada do que um dia de amor.

O amor do minuto é um minuto de amor.















O livro deles



Eles se calam
Ela pega o livro e lê
Ele amassa o rosto dela
Ela lambe as páginas do livro e fecha os olhos
Ele joga o livro no chão
Ela pega o livro do chão
Ele lê o livro
Ela molha o livro e sai
Ele vai atrás dela e joga o livro
Ela vai rasgando o livro
Ele se cala
Ela queima o livro
Eles se calam
Ele lê as primeiras páginas do livro
Ela lê junto com ele
Ele segura o livro e entrega pra ela
Ela aceita
Eles se abraçam
Eles se beijam
Eles abrem o livro...






sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Escorinhas (Parte 1)

Só um pedaço.



Você não deveria falar do tempo desse jeito, o tempo é uma entidade e digamos que somos bons amigos. A conversa da tartaruga com ele acaba quando eu me apresentar.

E então meu rapaz, não sabe a diferença entre o corvo e uma escrivaninha? O mundo é feito de charadas e são elas que movem a humanidade e aceleram os carros. Mas nem eu mesmo sei a diferença. (gargalhadas) A ela não devemos dar muita atenção, o tempo se ofendeu com nossa apresentação.

Vou lhe contar uma história de três irmãs que viviam no fundo de um poço. Um poço de melaço. Mas que infame! Receberá a visita do meu advogado pela manhã. Ora, se não consegue ser cortez, termine a história você mesmo. Existe e estavam aprendendo a desenhar. Desenhar melaço, o que mais?

Vamos, vamos, depressa! Deixe-me mostrar uma coisa. (risos alterados) Hum... um questionamento interessante. Os sapos têm um sorriso congelado. Suas observações são espertas, senhor menino-adulto, mas sua visita não é tão agradável como gostaria. Todos são malucos; Você só não é se não for por acaso. Então você é, pois todos aqui são.

-Garçom, mais uma cereja!

Mas que droga, ele só virá quando o ponteiro alcançar a torre, mas olho pro lado e vejo o dia preso num relógio dorminhoco. Ora, como saberei se trocaram raízes de tulipas por cebolas? As pétalas cor de sangue parecem estar tão tristes, depois de três dias no suco inodoro. Ahá! Correrei como numa competição e farei um furacão entre elas, as que caírem, estão felizes demais. Precisaria do tempo, mas ele está muito parado. Oh! Quanta insubordinação! Não fui eu quem fez. Se fiz, eu lembro. Lembrar não consigo, pois fazer não fiz! Você devia ter cuidado com o que pensa rapaz, em lugares inteligentes eles pegariam seu cérebro e perguntariam demais. Qualquer sussurro se torna um pequeno assobio, não iria falar se assim não fosse.

Poderia contar-te mais uma história. A história de uma enguia mestre que nos ensinou a desmaiar. “Quanto mais tudo for meu, menos será seu”, ela dizia no meio de uma quadrilha de lagostas.


(...)