segunda-feira, 14 de junho de 2010

Força no depoimento

Meniine que eu achei esse acontecimento arquivado aqui no meu computador. Assim que aconteceu devo ter digitado ele aqui... bom, é bem interessante.

Seguinte, não lembro direito a época que aconteceu, só sei que eu estava muito muito triste e nesse dia, estava esvaziando minha cabeça no calçadão lá pelas bandas de Setúbal. Estava sentada, olhando para o mar, para as pessoas que passavam caminhando, correndo, pedalando ou dirigindo, quando veio uma mulher, já era uma senhora, mas daquelas senhoras que as pessoas chamam de "coroas enxutas", sabe? Bem, rímel, lápis de olho, sombra, batom cor de vinho, chapéu, lenço sob ele, roupas confortáveis, tênis, meia e um i-pod. Ela parou ao meu lado, sentou, olhou para mim, olhou para o mar e disse:

-Me desculpe, com licença, você está chorando? (pausa - respondi) Menina tão jovem e bonita... Não chore, seja qual for o motivo, um dia cura o outro, não chore. Eu já chorei muito, pensei que não ia estar aqui hoje. Sei muito bem o que é sofrer e chorar muito. Estava pra ter um filho, quando perdi meu marido e perdi dezessete anos de minha vida... fiquei tetraplégica. Chorei, chorei muito. Mas hoje estou aqui, hoje voltei a minha vida normal, depois de dezessete anos, depois de muita força de vontade e de muita ajuda, e tento não ficar triste. Que idade você tem?”
Eu: - 17.
Ela: - nossa! Muito jovem ainda, muito jovem pra deixar tantas lágrimas caírem assim... eu queria ter a sua idade com a cabeça que tenho hoje. Você vai passar por tanta coisa ainda. Seja qual for o motivo, se for por alguém, essa pessoa não é digna de tantas lágrimas, principalmente de uma menina tão bonita. Como é seu nome?
Eu: - Laryssa.
Ela: - Laryssa... não se preocupe, amanha é um novo dia, viva! E viva feliz, não perca tempo com lágrimas, tente não chorar mais. Pense nas pessoas que tem um motivo maior do que você pra chorar, como as que estão num hospital, por exemplo, e tente ficar bem! Viu?

Agradeci e ela foi embora, com um sorriso no rosto. Levantei e comecei a andar, andar e andar. Às vezes se pode pensar que ela inventou aquela história, ás vezes é bem difícil acreditar em estranhos, mas eu penso que não... ela falava com tanta veracidade e emoção nos olhos. Sinto que era verdadeira. Bem não sei o paradeiro do bebê, ela não me disse e eu estava perplexa demais pra perguntar... enfim, assim como muitos, um exemplo de vida. Tá que essa história parece àqueles depoimentos que tinha em “Viver a Vida”... mas enfim, enfim, achei interessante postar isso aqui e comover algumas pessoas que se deixarão comover, assim como eu me comovi.

Ps.: êêê! Amanha é o dia em que mesmo quem não é fã de futebol, é atingido indiretamente pela população e o dia em que todo o Brasil PARA ás 15h30min e durante noventa minutos (sem acréscimo em nada) vibra, grita, chora, reza, ajoelha, ri, xinga, fica bravo e torce, torce bem mais do que muito, pelo nosso Brasil. Uhu.

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